REVISÃO ISSN 0871-3413 • ©ArquiMed, 2008
Feocromocitoma
Liane Costa*, António Taveira Gomes*†
*Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; †Serviço de Cirurgia Geral, Hospital de São João, Porto
ARQUIVOS DE MEDICINA, 22(6):177-87
O feocromocitoma é uma neoplasia rara, produtora de catecolaminas, cuja origem mais frequente é a medula supra-renal. Tem um amplo espectro de apresentações clínicas mas a tríade sintomática de cefaleias, palpitações e
hipersudorese, acompanhada de hipertensão arterial é muito característica.
As crises hipertensivas e os eventos cardiovasculares potencialmente fatais causados por esta neoplasia decorrem
do efeito potente da estimulação adrenérgica e justificam a importância de um diagnóstico célere e de uma abordagem terapêutica eficaz no controlo sintomático e na prevenção de complicações. O diagnóstico de feocromocitoma é
obtido por testes bioquímicos sanguíneos ou urinários em que se evidencie excesso de catecolaminas ou dos seus
metabolitos. Estes devem ser realizados em todos os doentes com clínica sugestiva, nos indivíduos assintomáticos
que apresentem um incidentaloma supra-renal ou naqueles em que exista predisposição genética conhecida (p.e.
síndrome de neoplasias endócrinas múltiplas tipo 2, doença de von Hippel Lindau, neurofibromatose tipo 1, síndrome
de paragangliomas familiares).
A avaliação imagiológica de um feocromocitoma – através de TC (tomografia computorizada), RMN (ressonância
magnética) ou estudos com ligandos funcionais, como a cintigrafia com MIBG-I131 (metaiodobenzilguanidina marcada com iodo radioactivo) – deve ser efectuada após confirmação diagnóstica e é muito útil na determinação da
localização e dimensões tumorais.
O tratamento definitivo de qualquer feocromocitoma, especialmente se funcionante e sintomático, é cirúrgico e, actualmente, consiste quase sempre na adrenalectomia total laparoscópica.
O potencial de cura desta neoplasia, se diagnosticada e tratada atempadamente, é enorme mas, nos casos em que
se constata invasão tumoral ou metastização, o prognóstico é bastante mais reservado.
Palavras-chave: feocromocitoma; paraganglioma; cateco
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