sábado, 6 de outubro de 2012

FEOCROMOCITOMA E GRAVIDEZ.

Feocromocitoma

Feocromocitomas são tumores de células cromafins secretores de catecolaminas, podem também produzir outros peptídeos vasoativos, o que gera uma grande variedade de sinais e sintomas que dificultam o diagnóstico O feocromocitoma associado à gravidez é um tumor raro, com menos de 250 casos descritos na literatura(12), podendo levar a consequências potencialmente letais. Importante lembrar que, mesmo liberando catecolaminas, apenas 0,1% das pacientes hipertensas apresenta feocromocitoma. Há casos relatados de feocromocitoma produtor de ACTH, levando a síndrome de Cushing, e como parte de neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo IIa. Esses tumores frequentemente são descritos como os “tumores dos 10%”: 10% têm origem extra-adrenal, 10% dos casos esporádicos são bilaterais, 10% são familiares, 10% são múltiplos e 10% são malignos(12,13).

O diagnóstico é o maior desafio para o médico e o momento em que é realizado tem grande importância no prognóstico, devido às elevadas morbidade e mortalidade materna e fetal esperadas caso o mesmo não seja realizado durante a gestação, mas sim após o parto(14,15,16). Os sintomas são paroxísticos com crises de hipertensão, convulsão, ansiedade, cefaleia, palpitações, sudorese profusa, dor torácica, rubor. Podem ser solicitados dosagem do ácido vanilmandélico (urina 24 horas) e exames de imagem para investigar a cavidade abdominal, como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia, sendo a ressonância magnética o exame preferido durante a gestação, pois minimiza a exposição à radiação(11,15,16). O diagnóstico diferencial deve ser feito com a doença hipertensiva específica da gravidez.

Atenção que durante a crise hipertensiva pode ocorrer queda acentuada do débito cardíaco, pondo em risco o bem estar fetal. 
A ressecção do tumor após estabilização medicamentosa é o tratamento definitivo, o tempo da realização da cirurgia, entretanto, é controverso(14). A conduta pede para utilizar os bloqueadores alfa-adrenérgicos (fenoxibenzaminas) inicialmente e os beta-bloqueadores em seguida para o controle da taquicardia e de taquiarritmias. O tipo de parto nos casos de feocromocitoma não é consenso, mas, uma vez que o feto esteja maduro, a ressecção cirúrgica do tumor sob adequado bloqueio alfa e beta-adrenérgico durante o parto cesariano é uma opção terapêutica(17).

O procedimento cirúrgico durante a gravidez pode ser a adrenalectomia laparoscópica ou resseção endoscópica retroperitoneal, que é segura, efetiva e com morbidade limitada.

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