domingo, 23 de setembro de 2012

SUCESSO NO TRATAMENTO DO FEOCROMOCITOMA 02

O sucesso no tratamento de pacientes com feo depende de uma equipe multidisciplinar, com uma interação satisfatória entre médico endocrinologista, anestesista e cirurgião. Uma meticulosa preparação pré-operatória, monitorização invasiva intra-operatória são necessárias para diminuir a morbidade cardiovascular induzida pelo procedimento cirúrgico. Os cuidados pré-operatórios englobam o controle pressórico com utilização da menor quantidade de drogas possível, além de uma expansão volêmica que garanta o curso intra-operatório com segurança e mínima hipotensão pós-operatória. As várias drogas utilizadas são: alfa-bloqueadores (fenoxibenzamina), alfa-bloqueadores seletivos a1 (prazosin), bloqueadores de canal de cálcio (verapamil e nifedipina), beta-bloqueador (propranolol) e alfa-metilparatirosine. 

A monitorização invasiva no intra-operatório envolve pressão arterial média, controle de pressão venosa central e ocasionalmente necessidade de cateter de Swan-Ganz. As crises hipertensivas devem ser controladas com fentolamina, nitroprussiato de sódio, esmolol, nitroglicerina e labetolol, conforme necessidades do anestesista; enquanto a hipotensão deve ser abordada com adrenalina, infusão em bolus de colóide e/ou expansores plasmáticos.
A ressecção do tumor pode ser efetuada por técnica aberta ou laparoscópica. O acesso cirúrgico deve ser definido de acordo com a localização da lesão e o seu tamanho. Uma incisão mediana pode ser indicada nos casos de feo ectópicos, pois garante uma boa exposição das estruturas relacionadas com a glândula adrenal. Em tumores com volume acentuado uma incisão mais ampla como a toracofrenolaparotomia deve ser realizada (Figura 1).

As técnicas minimamente invasivas apresentam grande importância na cirurgia da glândula adrenal. Antes de 1992 a cirurgia para a glândula adrenal necessitava de grandes incisões, aumentando consideravelmente a morbidade. Adrenalectomia é o tratamento de escolha para os tumores secretores de adrenal(1) e a via laparoscópica é considerada a técnica cirúrgica padrão atualmente. Após a primeira nefrectomia laparoscópica realizada por Clayman e cols., em 1990, a via laparoscópica tem sido cada vez mais indicada para cirurgias urológicas de maior complexidade. Desde então, técnicas minimamente invasivas reproduzem a cirurgia aberta, com menos dor no pós-operatório, menor período de internação hospitalar, convalescência menor, menor sangramento e benefício estético. A adrenalectomia laparoscópica foi descrita inicialmente por Gagner e cols., em 1992, sendo utilizada abordagem transperitoneal em três pacientes(4).

A adrenalectomia por via laparoscópica pode ser realizada por abordagem transperitoneal ou retroperitoneal. O pequeno espaço para trabalho fornecido pela via retroperitoneal contra-indica a realização de adrenalectomia nos casos com tumores maior que 6 cm. Por outro lado, nos pacientes com cirurgias abdominais prévias ou lobo hepático direito proeminente, a via transperitoneal deve ser evitada

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