quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
SÍNDROME MEN 2
- SÍNDROME MEN 2
A MEN 2 é uma doença autossómica dominante, com uma prevalência estimada de 1 a 10
casos por 100.000 pessoas na população geral. Esta pode ser dividida em duas formas sindrómicas
- (1) MEN 2A e (2) MEN 2B - e o seu mecanismo fisiopatológico reside num defeito associado ao
proto-oncogene RET.
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A) MEN 2A
Esta forma sindrómica representa 60 a 90% do total de casos, tendo uma prevalência
aproximada de 1 caso por cada 35.000 pessoas. 34, 35 A sua penetrância relaciona-se com a idade e
as suas manifestações fenotípicas englobam feocromocitomas, carcinoma medular da tiróide e
hiperparatiroidismo primário. Com o advento dos testes genéticos tornou-se aparente que 95%
dos indivíduos portadores desta síndrome desenvolvem carcinoma medular da tiróide, 50%
desenvolvem feocromocitomas e 20 a 30% desenvolvem hiperparatiroidismo. 34, 35
O carcinoma medular da tiróide é, por norma, a primeira manifestação desta síndrome.
As manifestações bioquímicas (elevação dos níveis de calcitonima plasmática) surgem entre os 5 e
os 25 anos. Num indivíduo portador, esta neoplasia apresenta-se como uma massa ou dor no
pescoço entre os 15 e os 20 anos, no entanto mais de 50% destes indivíduos irão apresentar
doença metastática, nos nódulos linfáticos cervicais, na altura do diagnóstico. A doença neoplásica
é precedida de uma fase de hiperplasia celular de distribuição multifocal, sendo a diarreia o
sintoma que, com mais frequência, está associado a esta manifestação fenotípica. 36
Os feocromocitomas manifestam-se após o carcinoma medular da tiróide, na maioria dos
casos, como uma hipertensão arterial resistente à terapêutica. A morte súbita, devido a uma crise
hipertensiva induzida pela anestesia, tem sido descrita em alguns indivíduos portadores desta
síndrome e com feocromocitomas não detectados antes da cirurgia. Estes são frequentemente Genética dos feocromocitomas e paragangliomas familiares Davide J S Severino
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bilaterais e a transformação maligna ocorre em 4% dos casos. Como podem ser a primeira
manifestação, o seu diagnóstico pode justificar a necessidade de se excluir esta síndrome.
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As alterações da função paratiroideia podem oscilar entre uma hiperplasia paratiroideia e
múltiplos adenomas associados a hipercalcémia, urolitíase ou osteíte fibrosa quística. O
hiperparatiroidismo primário ocorre em 20 a 30% dos indivíduos e tende a ser assintomático na
sua grande maioria. Uma revisão cuidadosa da histologia dos adenomas paratiroideus revelou que
estes podem ter origem em lesões de hiperplasia paratiroideia, de forma semelhante à do
carcinoma medular da tiróide. 38
Outras associações raras têm sido descritas, tal como o líquen amilóide cutâneo - uma
lesão pruriginosa localizada na região escapular e caracterizada por deposição de tecido amilóide -
ou a doença de Hirschsprung.
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